Hoje em dia os talentos do nosso futebol são auxiliados por agentes desportivos que acompanham as suas carreiras e acabam por geri-las, tentando dar o melhor a cada atleta. Porém, há casos que deixam que pensar. O que aconteceu com o atleta da foto - nigeriano Otojareri que veio para a U. Leiria em Janeiro deste ano, deixa que pensar e é mesmo para reflectir.
Nos dias de hoje há jovens que podem ser ludibriados. Como lido com vários atletas que já contam com agentes desportivos, é bom que todos possam ler e reflectir. Atenção, não sou contra os agentes desportivos, pelo contrário, acho que a um certo nível[dependendo da qualidade do atleta ou do nível competitivo que está] tem de haver um acompanhamento mais profissional. No entanto, antes de ter algum agente, informem-se bem, falar com os encarregados de educação, os seus treinadores, dirigentes, enfim, pessoas que tenham confiança e alguma ligação ao mundo do futebol.
Aqui vos deixo um artigo do jornal "A Bola" escrito por António Barroso:
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Otojareri, a estrela que acabou a mendigar abrigo
Ponto final no calvário do internacional sub-20 nigeriano Mike Otojareri, de 24 anos, que em janeiro chegou a Leiria para representar o União e que acabou a ter um teto para dormir e o que comer graças ao presidente do clube da cidade do Lis, Rui Lisboa.
Uma história de sonho que acabou em pesadelo, e que A BOLA lhe desvenda em exclusivo. Rui Lisboa reconheceu ao nosso jornal que o jogador, contratado após três épocas no Sheik Jamal Dhanmondi, de Daca, chegou no mercado de janeiro a Portugal, após três temporadas no emblema do Bangladesh, e rotulado de estrela.
O gigante, de 1,93 metros, duas vezes internacional pelas seleções jovens das SuperÁguias (Nigéria), teve luz verde da equipa técnica de então, liderada por Rui Nascimento (agora no Atlético), após visualização de diversas imagens do jogador.
Mas o cartaz não correspondia, na íntegra, ao filme exibido: Otojareri chegou a Portugal a pesar menos dez quilos do que o indicado e regularmente acometido de estado febril. Fora de forma e adoentado, nunca chegou a ser opção, verdadeiramente, no União de Leiria.
Dizia que foi abandonado pelo empresário, nunca mais lhe atendeu o telefone, confirmou-nos o presidente dos leirienses. Entregue à sua sorte, Otojareri nem verba para voltar à sua Nigéria natal tinha.
E foi o presidente dos leirienses, do seu bolso, e por humanismo, a providenciar-lhe o que comer e um teto para se abrigar nos últimos meses. Até que um outro empresário lhe tratou da vida e, este mês, deixou Leiria. Para não mais voltar. Porque nem sempre as histórias terminam como os contos de fadas.
Até ao início do corrente mês de julho, em que um outro agente providenciou recursos para custear a viagem do goleador que em Portugal o não chegou a ser e acabou aos caídos. É o outro lado do mundo cão também no futebol, do qual ninguém está livre: prometerem-nos a Lua e deixarem-nos abandonados à nossa sorte."
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